Dentro de um mês vou começar um novo ciclo, a minha caminhada pelos "entas" e este princípio fecha a minha época de trintona. Confesso que o início dos 30 anos foram vividos com algum sofrimento, com a sensação de perda... perda da juventude. Foram 10 anos de construção em todas as dimensões da minha existência. Em termos pessoais realizei o meu sonho de ser mãe, em termos profissionais recomecei a minha prática clínica e dediquei-me a crescer e a enriquecer o meu conhecimento.
Este último ano foi muito intenso em tudo, vivido em plenitude em diversos momentos, ultrapassei grandes dilemas existenciais e desfrutei como há muito tempo não fazia a vida. Foi o ano que voltei a olhar para mim e dei ouvidos à minha essência. Num pequeno momento de encontro com a natureza, partilhado com amigos e com a minha filha, consegui reencontrar o que estava perdido nas obrigações e deveres do dia a dia. Essa descoberta levou-me a desfrutar os pequenos prazeres, como concertos, encontros de amigos, viagens e a natureza. Os 39 anos foram preenchidos com encontros e desencontros, aprendi e descobri em mim uma força que estava perdida e vivi intensamente cada momento de encontro e de perda. A minha descoberta começou com o despertar de sentimentos que já estavam esquecidos no mais fundo do meu ser. Vivi a paixão, a tristeza, o amor, a harmonia... enriqueci como mulher, como mãe e como psicóloga.
A minha paixão pela vida regressou como se tivesse 18 anos, deixei de carregar o peso da vida adulta porque comecei a ver que ser adulta não quer dizer que temos de "matar" ou "suspender" o entusiasmo da juventude. Esta descoberta levou-me à busca de um equilíbrio entre os deveres/obrigações e diversão/espontaneidade. Algo que perdi aos 30 e recuperei aos 39 anos e que espero manter durante os 40 anos... a leveza de viver, a harmonia e o equilíbrio. Confesso que achei que os 40 anos seriam um peso mas o que sinto é uma serenidade por me sentir completa, realizada e forte para viver todos os momentos que me estão destinados. Como alguém um dia confessou-me os 40 anos ainda são melhores, é um ciclo de serenidade e que a maturidade adquirida nos leva a viver em plenitude a vida e a viver a harmonia conquistada após anos de crescimento pessoal e profissional.
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